23 março, 2007

Da calvície em progresso

Neste exato momento, bem na minha frente, tem um homem conversando com alguém que parece ser seu subordinado, com um ar de bom humor, coisa que já observei nessa pessoa. Um bom humor na forma de falar, parece querer conquistar a confiança das pessoas que o cercam.

Mas não é bem isso que me chama a atenção na cena. Esse homem, vamos camá-lo de chefe, se veste como se fosse um rapaz de seus vinte-e-poucos anos e tem uma avançada calvície que salta aos olhos.

O mais intrigante da coisa toda é o comportamento dele em relação a essa calvície: a rala franja que sobrou, combinada com os fios fartos da lateral da cabeça, é ungida cuidadosamente de gel para formar um topete, cheio de marra.

Ele foi embora agora, mas me peguei pensando nessa questão da calvície em processo, a tão temida queda de cabelos que acaba com a confiança de muitos homens.

É interessante ver como alguns homens reagem. Muitos, conformados com o fatal destino que a genética reservara a eles, simplesmente raspa o cabelo bem rente, seja com aquelas maquininhas especiais ou de navalha mesmo. Outros, se agarram com toda a força que podem aos fios restantes.

Preste atenção quando andar pela rua: tem ainda os homens que, no intuito de esconderem o couro cabeludo à mostra, deixam crescer o cabelo à lateral de sua cabeça para que este seja penteado pra cima do cocoruto. É o tal chamado "combover" dos estadunidenses, um fenômeno tão comum lá fora que até um documentário tem falando dele (o Cinemax exibiu no Brasil).

Tem também aqueles que, como será comigo, começam a perder o cabelo como se fossem frades franciscanos, e o círculo formado se expande, acabando com fios e penugens, conforme o tempo passa.

Destino cruel esse... A vaidade do homem se mostra muito com essa questão da calvície, o desespero por manter as madeixas no lugar acaba, como vemos nas ruas, levando a medidas desesperadoras.

Alguns recorrem a perucas, implantes, todo a sorte de cremes e tônicos. Até remédios baseados em hormônios existem, mas dizem que esses cuida da cabeça de cima e derruba a de baixo.

Concluo, depois de analisar tanta coisa que vejo por aí, que o melhor é aceitar esse cruel destino, recorrendo claro à medicina séria, do que arriscar passar de um careca simpático a motivo de chacota por aparecer com uma peruca no dia seguinte, com aqueles tufos esquisitos de implante ou ainda, mais cruel, ser conhecido por "seis e meia" pela mulherada.

Um comentário:

Erick disse...

ah, eu tou ficando careca faz tempo, e foda-se. isso acontece com quase todo mundo, é normal e natural.

o que não é natural é tomar fenasterida e virar um cabeludo broxa.