31 dezembro, 2012

Finalizando um ciclo - o "fim" da Pen EE

Dia 31 é sempre bom para terminar algo para começar um novo ano do zero, não é? Assim, depois de um bom tempo andando com a OIympus Pen EE na mochila, eu terminei o filme dela hoje.

Certeza de muitas fotos babacas, muitas tentativas frustradas de composição rápida usando o "half frame" dela e muitas ideias novas, essa camerazinha mostrou ser bem interessante.

Confesso que as facilidades da SLR e da fotografia digital me deixaram um pouco preguiçoso. Mas como um projeto relâmpago como foi este, acho que o aprendizado no formato "aprender fazendo" valeu muito a pena.

Interessante, mas até um pouco triste, foi rebobinar o filme: pouco mais de 48 fotos depois, agora é hora das festas.

E que venha o dia 2, para a próxima página desse projeto: revelar as fotos, escanear e brincar com elas.

20 dezembro, 2012

ApocaLIEpse

Estava pensando nessa sensação de "fim de mundo" que invade a gente no fim do ano, especialmente hoje, véspera do mais recente apocalipse anunciado.
Me incomoda essa atitude de "acaba logo essa porcaria", esse desdém pelo planeta que, até ontem, seria o futuro lar de filhos, projetos, idéias de mudança e crescimento...

Não!

A coisa tem que ser diferente! Por que não encarar o mundo com toda a vontade que tínhamos até semana passada de começar de novo? De inventar mil coisas? Aquele sentimento falso de 31 de dezembro de "ufa, acabou outro ano, que venha outro" precisa ter algum fundamento de verdade. Temos a chance de recomeçar, dia após dia, e precisamos de uma ameaça de destruição total para sequer chegarmos perto de uma reconstrução de pensamentos e paradigmas?

Por que não reconstruir tudo, sempre? A cada passo, a cada dia, distribuir um sentimento bom, um sorriso de canto de boca ao menos... Não é o mundo que está acabando, é uma nova era que se desenha no horizonte para todos que desejarem assim.

Os outros, infelizmente, continuarão presos em seus abrigos cinzas de mesquinharia, tristeza e solidão coletiva.

08 dezembro, 2012

Frustração Fotográfica: a foto perdida

Esse texto me procura tem algum tempo e nunca acaba escrito. Pois chegou a hora dele ganhar a luz...

Na última virada cultural, me armei da minha câmera e decidi ir ao palco do stand up, na Praça da Sé, que prometia ser muito bom e ter abertura de Danilo Gentili.

Cheguei lá na hora marcada no site do evento e descobri o que devia ter levado em conta antes: teríamos um belo atraso.

Já que estava ali, resolvi aproveitar e tirar algumas fotos, como essa:

Reaching her heart


O que não era de todo ruim. Decidi, com a minha fiel companheira, andar e procurar algo para comer. Andar com equipamento semiprofissional pendurado no pescoço numa praça que é moradia para muitas pessoas à noite é sempre uma aventura. Esse sentimento de insegurança acaba nos fazendo tomar atitudes super protetoras. E é aí que comecei a entender como a mesma cautela que te protege do sofrimento pode ser o que te limita uma nova experiência.

Andando pela praça, fui abordado por um homem, aparentando ter na casa dos 35 anos, maltrapilho e visivelmente alterado por álcool ou alguma droga. Ele perguntou o que eu fotografava e eu, limitado pela cautela, respondi monossilabicamente. Me pediu para que mostrasse as fotos no display da câmera, novamente neguei, já imaginando ser uma possível abordagem para um roubo. Numa terceira investida, ele pediu que o fotografasse. Eu e minha mulher dissemos que estávamos fotografando somente os shows e ele devolveu:

- As pessoas só fotografam o que é bonito. Ninguém quer saber da gente que é pobre, que mora na rua.

Me afastei dele com esta frase, e esta frase não saiu da minha cabeça desde então. Muitas vezes, na fotografia, nos preocupamos com o belo, com o que compõe bem uma imagem bonita. Pensamos somente na nossa "arte", no resultado final.

Temos uma tendência frequente de nos esconder atrás da máquina e pensar que somos melhores ou mais sensíveis que os outros. Mas agora, vejo que isso é mais um mecanismo de defesa, um produto do medo embutido em nossas mentes, ou até um pouco de nossa timidez.

Até hoje, quando a mente vaga sozinha, me pergunto: por que será que eu não procurei entender o motivo pelo qual aquela pessoa veio até mim, procurando ser fotografado, ou somente alguma conversa? Só porque eu moro confortavelmente, tenho algum estudo e um equipamento caro para alguns padrões eu não posso aprender com alguém que, neste momento, não está num patamar de vida parecido com o meu?

Sinto essa como uma oportunidade perdida, o que eu chamo de frustração fotográfica. Não a foto perdida, mas a negativa da oportunidade de aprender ou explorar uma situação no momento em que esta se fez presente. E pelo simples misto de preconceito, medo e alguma timidez.

Será que reagirei diferente no futuro?

06 dezembro, 2012

...enquanto isso, com a analógica...

Hoje a analógica trabalhou novamente! Aproveitando o sol fortíssimo do almoço, consegui mais algumas imagens. Tentei a montagem com o half frame, mas acho que inverti a ordem de captura, rs...

No fim da tarde, mais algumas fotos no centro de São Bernardo.

Vai ser interessante analisar a cronologia destas imagens.