29 março, 2007

Sonhos fugintes

Estava perdido pelas minhas leituras, como sempre, e acabei encontrando o blog da Suzi Hong, lá no Interney. Como boa blogueira que é, apesar do pouco tempo disponível, ela se dedica a responder com carinho os comentários de seus posts, e foi assim que começamos um diálogo.

Seu mais recente post foi sobre um sonho, influenciado pela leitura de quadrinhos do Wolverine. E ela acabou por me responder perguntando dos meus sonhos.

Eu sempre tenho os meus sonhos malucos. Me lembro de quando tinha uns 6 ou 7 anos de idade, depois de uma ida à Cidade das Crianças - um parque de diversões em São Bernardo do Campo, que era o que a minha família podia pagar em tempos de explosão do Playcenter - passei uma boa semana sonhando com um vampiro, a la Turma da Mônica, que saía detrás de sua capa. Mas tudo isso, debaixo do tobogã por onde descia o carrinho do Splash, um brinquedo do famigerado parque.

Me recordo também das inúmeras vezes que acordei no meio de um sonho, que tinha a total sensação de ser verdade. Cansei de acordar falando, gritando, até chorando. Sempre tive a imaginação meio fértil, sabe?

O que acho estranho, mas até explicável, é que, ultimamente, tenho tido sérios problemas pra lembrar de meus sonhos. Acordo com a nítida sensação de recordar da história toda, pronto pra transformar aquilo no mais louco post que vocês já viram. De repente, me dou conta que simplesmente esqueci. A sensação de estranheza fica, mas o que a causou, se esvai como os segundos passam.

Neste exato momento, estou tentando lembrar um sonho meio maluco que tive essa semana. E é exatamente como disse: me lembro de acordar na manhã de segunda-feira como ele todinho na cabeça. Agora, só me resta a sensação de que ocorrera comigo algo esquisitíssimo, mas nada de lembrar dos detalhes...

28 março, 2007

A Casa dos Sonhos

Bom, navegando na blogosfera como sempre, achei um post no Marmota falando sobre dever posts, Douglas Adams e talz. Pois é, lá o André dala de um meme, mas achei muito comprido o que rola lá (uma série de coisas dos sonhos).

Então resolvi fazer aqui a minha Casa dos Sonhos, como ele tem lá na sério de coisas dos sonhos dele.

Então comecemos do começo, né? Minha casa dos Sonhos tem que ter uma garagem legal na frente, grande pra caber uns 2 carros, um jardim e que dê pra soltar o Rex de vez em quando. Aliás, quer falar da hipótese de ter um cachorro, que melhor nome virtual que Rex? O top do genérico!

Nos fundos, um espaço suficiente pra ter uma quadra e uma piscina. Mas coisa fina, não aquelas banheiras de motel adaptadas pra via outdoor não. Ahn, e árvores. Sim, pra fazer balanço, pra dar fruta, pra tudo.

Não pode faltar churrasqueira e um daqueles mesões de parque, que eu pretendo fazer com vigas de madeira e amarras.

Vamos entrar, pessoal? Repara a bagunça não...

Na sala - sala ampla, mas não muito grande - dois sofás daqueles que abraçam a gente, de canto, com uma parede de vidro pra ver o sol nascer depois das madrugadas de filme. Já emenda num corredor grande, de acesso pros 3 quartos (1 suíte, fina a coisa). Três grandes quartos, 1 pra mim, um pra poder tocar algo, e outro pra possíveis rebentos ou convidados, ainda não decidi.

Cozinha grande, tudo bonito, já que ainda vou aprender a cozinhar como gente.

Falta algo? Ahn, falta você fazer a sua casa dos sonhos e postar aqui o link, nos comentários. Assim a gente transforma isso numa correntona!

27 março, 2007

Presentes...

Por quê a gente gosta de presentear as pessoas? O que tem naquela reação de surpresa, aquele sorriso, que a gente gosta tanto?

Me pego pensando nisso toda vez que eu dedico algum tempo na escolha de um presente, quando consigo imprimir um significado a algo que dou a alguém que seja importante.

Aliás, acho que é isso que me agrada, é essa coisa de por tanto significado num presente que ele acaba se tornando especial pra mim, às vezes, mais do que pra quem recebe.

E isso me satisfaz, por um sorriso no rosto de outra pessoa através de uma simples atitude.

Sou eu anormal?

23 março, 2007

A entrega ao abismo

Amar, nada mais é, que se entregar a um abismo.
Sim, pois quando amamos, é como se sob nossos pés passasse uma rachadura, que tal qual uma falha geológica profunda, causa tremores e abalos, levando o chão a ruir. E em meio a essas ruínas, somos lançados nesse profundo vazio no que antes era uma existência firme.

Na veradade, todo esse tremor é bom. É bom quando decidimos nos entregar, pois amar nada mais é que, ao sentir o abismo se abrir, mergulhar de cabeça na magnitude de suas possibilidades.
É acreditar que, em determinado ponto, nossa vil existência desprovida de asas passará a ter o poder de voar e fluir pelos ares, no exato momento em que somos correspondidos nesse amor, antes solitário.

A nós cabe a escolha, sim, de nos entregar ao abismo ou nos agarrar às bordas, com medo da queda não ser amparada pelo vôo da correspondência.

Esse medo, esse eu não tenho mais. Pois o vôo é doce demais pra arriscar ser perdido assim.

Da calvície em progresso

Neste exato momento, bem na minha frente, tem um homem conversando com alguém que parece ser seu subordinado, com um ar de bom humor, coisa que já observei nessa pessoa. Um bom humor na forma de falar, parece querer conquistar a confiança das pessoas que o cercam.

Mas não é bem isso que me chama a atenção na cena. Esse homem, vamos camá-lo de chefe, se veste como se fosse um rapaz de seus vinte-e-poucos anos e tem uma avançada calvície que salta aos olhos.

O mais intrigante da coisa toda é o comportamento dele em relação a essa calvície: a rala franja que sobrou, combinada com os fios fartos da lateral da cabeça, é ungida cuidadosamente de gel para formar um topete, cheio de marra.

Ele foi embora agora, mas me peguei pensando nessa questão da calvície em processo, a tão temida queda de cabelos que acaba com a confiança de muitos homens.

É interessante ver como alguns homens reagem. Muitos, conformados com o fatal destino que a genética reservara a eles, simplesmente raspa o cabelo bem rente, seja com aquelas maquininhas especiais ou de navalha mesmo. Outros, se agarram com toda a força que podem aos fios restantes.

Preste atenção quando andar pela rua: tem ainda os homens que, no intuito de esconderem o couro cabeludo à mostra, deixam crescer o cabelo à lateral de sua cabeça para que este seja penteado pra cima do cocoruto. É o tal chamado "combover" dos estadunidenses, um fenômeno tão comum lá fora que até um documentário tem falando dele (o Cinemax exibiu no Brasil).

Tem também aqueles que, como será comigo, começam a perder o cabelo como se fossem frades franciscanos, e o círculo formado se expande, acabando com fios e penugens, conforme o tempo passa.

Destino cruel esse... A vaidade do homem se mostra muito com essa questão da calvície, o desespero por manter as madeixas no lugar acaba, como vemos nas ruas, levando a medidas desesperadoras.

Alguns recorrem a perucas, implantes, todo a sorte de cremes e tônicos. Até remédios baseados em hormônios existem, mas dizem que esses cuida da cabeça de cima e derruba a de baixo.

Concluo, depois de analisar tanta coisa que vejo por aí, que o melhor é aceitar esse cruel destino, recorrendo claro à medicina séria, do que arriscar passar de um careca simpático a motivo de chacota por aparecer com uma peruca no dia seguinte, com aqueles tufos esquisitos de implante ou ainda, mais cruel, ser conhecido por "seis e meia" pela mulherada.

A Teoria das Cores - será que vemos igual?

Há algum tempo, eu diria mais ou menos uns 10 ou 12 anos, que eu discuto com amigos meus uma teoria sobre as cores, acho que isso tem até a ver com semiótica, não sei.
 
Bom, como somos muito criativos, essa teoria ficou conhecida como "Teoria das cores".
 
Mas no que consiste isso? Vou explicar:
 
A Teoria das Cores fala sobre a percepção do ser humano sobre o mundo, e acho que podemos até tirar alguma lição sobre a importância que tem, na sociedade moderna, a padronização de nomes.
 
Começa tudo com o nascimento do indivíduo. Depois de conhecer o mundo com seus olhos, conforme vai absorvendo conhecimento, ele vai aprendendo com seus pais a andar, a comer sozinho e a falar, associando nomes a objetos e pessoas, além de atribuir qualidades às pessoas e coisas.
 
E são nestas qualidades que residem as cores, atributos estes tão importantes no desenvolvimento de uma criança, já que é fator de distinção entre objetos, pessoas, comidas, tudo.
 
Imagine só que você está nessa fase de desenvolvimento, aprendendo nomes e tudo mais, mas com uma capacidade de discernimento bem maior que a de uma criança.
 
Seus pais, na melhor das intenções, começam a te ensinar os nomes das cores, entre elas, te apontam uma bola e dizem que ela é vermelha.
 
Por circunstâncias da vida, foi assim que eles aprenderam que o nome da cor deste brinquedo era vermelho. Mas e se por algum motivo, você está vendo este objeto de outra cor?
 
Digamos que, por algum motivo ignorado, você vê a bola apontada pelos seus pais na cor amarela, mas como não conhece cores, aceita o nome "vermelho" para a cor que vê.
 
Assim, de acordo com essa teoria, as pessoas enxergam o mundo cada uma de seu jeito, com suas próprias cores. Porém, por uma convenção estabelecida há muito tempo, o nome destas cores ficou registrado na memória das pessoas e foi passado adiante, até que chegássemos ao que temos hoje.
 
Assim, de certa forma, poderíamos explicar o motivo pelo qual algumas pessoas acham que o vermelho e verde combinam e outras não: elas não estão vendo as mesmas cores, mas sim, cores com mesmos nomes.

22 março, 2007

Manchetes catastróficas - quem duvidava?

Desde que me entendo por gente eu ouço previsões catastróficas sobre o futuro do planeta terra, sobre as tantas consequências de nossos atos se não mudássemos de hábito urgentemente.

Pois bem: não mudamos nada, surgiu o Protocolo de Kyoto, apareceu a besta do Bush pra não topar, continuamos desmatando, poluindo e nos matando cada vez mais. Deu no que deu.

O que é um pouco diferente do que esperávamos é que as notícias das mudanças climáticas aparecem em meio a tantas outras e isso acaba por diminuir o impacto destas informações.

Assim, continuamos a cada dia mantendo nosso comportamento destrutivo em relação ao planeta.

Acho que nós blogueiros deveríamos aproveitar a abrangência que temos pra tentar ajudar nessa causa. Afinal, se a coisa continuar assim, não teremos mais outra estação no ano que não o verão, pra dar um exemplo bem porco.

Vamos lá, um esforcinho pequeno de nossa parte, somado com o do vizinho, já melhora muito!

Amizades vêm de onde? (1)

Pra variar, andanças mil pelos blogs e jornais online de manhã, antes do batente. Cheguei ao post "Filosofia Barata" do  blog da Rosana Hermann, jornalista das antigas, acho que bloga desde que o mundo dos blogs é mundo.

O post, em um certo tom de humor característico dela, diz o seguinte:

"O ser humano gosta tanto de quem elogia seus ídolos quanto de quem critica seus desafetos. Algumas amizades são fundamentadas em inimigos comuns."

Primeiro que eu concordo com a frase, realmente o ser humano age desta forma. Agora pergunto: não é assim que os relacionamentos de amizade entre as pessoas começa?

Quero dizer, não falando mal ou elogiando alguém necessariamente, mas através de interesses comuns, revelados por alguns comentários ou até algumas atitudes que geram simpatia numa outra pessoa.

Não acho que amizades devem ser fundamentadas nisso, afinal, opiniões mudam, e o "inimigo" de hoje pode ser o "aliado" de amanhã, e vice versa. Mas que realmente acaba influenciando, ahn sim, influencia.

Aproveita que leu isso e vai ler o blog dela, se ainda não conhece! E se conhece, volta lá que ela tá falando de tudo que é assunto legal dentro de acontecimentos recentes.

21 março, 2007

A importância do material

Estava pensando na importância das coisas materiais pras pessoas, em como essas coisas influenciam nossas vidas.

Me lembro de ter lido que os religiosos normalmente praticam o desprendimento do materialismo através da abdicação da propriedade não essencial à sua via.

Hoje, depois de observar alguns fatos e refletir sobre eles, vi que, em algumas vezes, se desprender do material se torna mais fácil para camadas sociais com um poder aquisitivo maior.

Como? Explico: as camadas mais pobres acabam vivendo com menos dinheiro, e cada centavo pra essas pessoas acaba contando. Logo, qualquer perda material acaba sendo supervalorizada, enquanto pra quem tem um poder aquisitivo maior, uma perda financeira, em determinadas esferas, pode ser bem menos significativa.

Esse comportamento, a meu ver, pode acabar por demonstrar uma característica básica do que gera os pequenos crimes, como roubos e assaltos a indivíduos: a vontade de ter algo que sua condição social não permite.

Um pouco melhor analisado, isso acaba gerando um círculo vicioso, eu entendo bem isso. Mas é algo a se discutir, não?

20 março, 2007

Dica pra cinemaníacos do dia

Entre neste site.
 
Entrou? Agora procure por "flux" e veja o último item da lista de resultados.
 
Tem memória boa pra filmes dos anos 80?
 
Bom, pra quem não entendeu, procura no ImDb por "delorean"...
 
Ahn, dica do Erick.

Notícias Populares

Lendo o noticiário via web ontem e hoje, vi as mais diferentes manchetes. Por exemplo, uma que apontava para uma árvore que havia caído sobre um carro. Na Letônia!
 
Eu entendo que isso tem a sua importância, digo, saber sobre o que anda acontecendo no mundo. Mas será que se notícias ruins como essa, que nenhuma atitude nossa aqui no brasil pode mudar o destino do dono daquele carro, fossem retiradas das manchetes, não teríamos mais atenção do povo pro que realmente importa?
 
Muitas vezes me parece que o povo tem a sua atenção, que já é pouca, desviada de assuntos que realmente podem fazer alguma diferença na nossa realidade.

16 março, 2007

Comentários... Onde eles estão?

Pessoal, por que vocês não comentam nada aqui?
 
Vamos lá, digam o que pensam, é disso que um blog vive!
 
O pessoal D'Além Mar que andou por aqui pelo Google.pt, falem de vocês, como anda a vida na Europa, o que vocês acham do Brasil... Falem do que quiser!
 
E deixem o endereço dos seus blogs aqui, vai ser bem legal essa interação intercontinental.
 
E brazucas, não me deixem só! (Vide post do Collor logo abaixo, rs...) Sei que tem gente aparecendo aqui e me deixando falando sozinho. Me ajudem, né?

Grau colado!

Ontem foi a minha Colação de Grau no C.A. Aramaçan, em Santo André.
 
Pois é, o marco final da faculdade, muito estudo - tá, nem tanto - esforços concentrados em um objetivo... Afinal, chega! E se tiver que entrar em cana, pelo menos agora é cela especial! (puta pensamento medíocre)
 
A verdade é que foram anos de grande crescimento e profundo conhecimento pessoal, muita independência e, ao mesmo tempo, muito trabalho em equipe.
 
Tanta coisa pra ser lembrada e esquecida, tantas metas cumpridas, tantas falhas, tantos novos sonhos... Realmente, a cada ano que passa, eu me sinto crescendo mais, olho pra trás e penso que não podia ter sido melhor. E no ano seguinte, apesar dos percalços, as coisas melhoram, apesar das dificuldades.
 
Acho que o truque é que eu tenho aprendido muito com meus erros e as dificuldades. E disso, tenho tirado sempre algo pra me fazer melhor a cada momento.
 
Eu poderia agradecer a tantas pessoas, mas citar nomes tornaria tudo banal. Você, que sabe da sua importância nessa jornada pela faculdade, que estudou comigo, que esteve do meu lado (não tudo ao mesmo tempo, necessariamente), obrigado.
 
E logo tem pós, ou mestrado, vamos ver.

15 março, 2007

Blindness

Recebi este link por e-mail do Erick, falando sobre a adaptação para o cinema de "O ensaio sobre a cegueira", de José Saramago.
 
Especial, pra mim, esse filme estar em desenvolvimento: estou gostando bastante da história (ainda estou lendo, 11 anos atrasado), lendo o livro que ganhei do Erick mesmo, irmão o cara.
 
Vai ser dirigido pelo Fernando Meirelles, tão festejado cineasta brasileiro, e, de acordo com a notícia, pode ter Daniel Craig envolvido como ator principal.
 
Só achei meio estranho um cara assim, bombadinho, todo James Bond, pra esse filme. Afinal, eu sempre imaginei o oftalmologista do livro como um senhor de seus quarenta e poucos anos, talvez meio gordinho, mas a típica pessoa que te inspira conifança (pelo menos até onde li no livro).
 
Será mesmo que ele vai fazer o papel do doutor? Fiquei apreensivo agora, mas vamos ver... Aliás, Julianne Moore, que já foi Clarice Starling (Hello, Clarice!), contracenará com ele. Tomara que a coisa seja realmente bem adaptada.
 
 

Crise de identidade

Acabei de ler sobre uma família de porcos que adotou um filhote de tigre, em algum canto do mundo, sei lá, não importa.
 
Vocês imaginam o que não está passando na cabeça do pobre felino? Ele deve ver os "pais" e achar estranho ver as patinhas dele de outra cor.
 
Eu penso nas perguntas dele, se assim pudesse fazer: Mamãe, mamãe, por que eu estou crescendo assim, tão rápido? Mamãe, por que eu to com vontade de comer os meus irmãozinhos? (GASTRONÔMICAMENTE, seus pervertidos!)
 
Sei lá, deve dar um nó na cabeça do bichinho. Mas eu ainda acho que os pais vão acabar na pança dele!

Abertas as apostas

Pra variar, o Terra dando o assunto do dia: O Collor analisando seu desempenho de governo, admitindo os erros.
 
Alguém aposta que ele tente a presidência novamente? E digo mais: bobear, ele ganha. O Maluf não foi eleito?

14 março, 2007

O Horacismo na cultura brasileira

Discutindo por e-mail com o Erick, do Garkptoj, acabamos chegando a algumas conclusões relacionadas a alguns rumos desse país.

Tangendo o nosso papo, fatos como a falta de vontade de mudar de algumas pessoas e a falta de coragem pra arriscar de outras, entre outras coisas.

Acabei de reler o último post daqui do Blog do Gigante e o último do Garkptoj, um falando sobre ensino e o outro, sobre as condições de trabalho na capital federal, respectivamente, e resolvi falar sobre um conceito que acabamos traçando em nossa troca de e-mails, o do Horacismo.

Horacismo é essa deficiência da qual padecem muitos brasileiros que faz com que eles, ao invés de quererem algo mais da vida, simplesmente aceitem o que lhes é entregue pelo destino.

Inspirado no personagem Horácio, o pequeno e simpático dinossauro das histórias de Maurício de Souza, o termo tenta mostrar exatamente isso: como a personagem dos gibis, essas pessoas se comportam como se tivessem braços curtos demais pra arregaçar as mangas e trabalhar por sua felicidade e sucesso.

Mesma coisa é a constante reclamação dos moradores de grandes cidades, como São Paulo, por causa de enchentes, por exemplo. Parafraseando o Erick em seu e-mail, "o mesmo indivíduo que joga o papel na rua é o que reclama da limpeza que a prefeitura deveria fazer e das enchentes que acontecem".

E eu concordo plenamente com ele: é mais fácil reclamar, sofrer de um horacismo agudo, que simplesmente mudar um hábito medíocre como esse, de jogar lixo na rua.

Outra coisa que vejo contribuir para essa enorme epidemia de horacismo é a cultura arraigada no comportamento das gerações das camadas mais pobres da população, o chamado "se Deus quiser".

Porque é assim que o povo se comporta: acontece uma tragédia, é porque "Deus quis assim", acontece algo bom, foi "benção de Deus". Não teria sido fruto de atitudes, consequência de atos prévios?

Afinal, um barraco só rola, por exemplo, se tiver sido construído numa área inadequada. E, antes de ele simplesmente ruir, existem sinais de desgaste prévio que precisam ser vistos.

Compreendo perfeitamente que temos problemas com distribuição de renda, de espaço urbano e tudo mais. Mas enquanto o brasileiro não se livrar desse pensamento de fazer as coisas "do jeito que dá", com o intuito de economizar, seja financeiramente ou intelectualmente, as coisas irão sempre de mal a pior.

Barracos rolarão, governos deitarão e rolarão, presidentes genocidas visitarão o país e fecharão ruas... Enquanto o povo, esse que deveria se esforçar pra crescer, vai continuar esperando que Deus, o presidente, o prefeito ou até mesmo o vizinho, tome uma atitude que o livre das consequências do horacismo.

Não viveremos pra ver a mudança desta cultura de uma forma global. Mas cabe a nós fazer a nossa parte, mudar nosso comportamento, pra que o horacismo não nos atinja. Nunca!

12 março, 2007

O dia nasce feliz, mesmo assim?

Fui ontem ver o documentário "Pro dia nascer feliz", no Espaço Unibanco. O filme trata das diferenças e igualdades presentes no ensino público e privado no nosso imenso país, acompanhando alguns jovens em suas escolas.
 
Rodado num período de aproximadamente um ano e meio, o filme mostra situações tristes, como as condições precárias de uma escola no interior de um estado nordestino, mas nos mostra a situação próxima de escolas no tal "eixo rico" do país, como São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, mostra a realidade das pessoas envolvidas, a violência e outros fatores externos que influenciam no processo de formação dessas pessoas.
 
É triste ver uma estudante que tem como principal passatempo escrever poesias, ler, entre outros autores, Carlos Drummond de Andrade e Manoel Bandeira, não receber créditos pelo seu trabalho. Mas durante a projeção, quando se acha que se chegou ao fundo do poço com esta injustiça, vemos o mundo das drogas e do crime atingindo os alunos e, para completar, um conselho de classe de uma escola em Duque de Caxias/RJ, enquanto o aluno carioca acompanhado pela equipe do filme é aprovado, mesmo sem ter condição alguma para tal, só para que não se sinta desmotivado e acabe desistindo de estudar.
 
Em paralelo, temos um colégio de classe alta em São Paulo, onde alunas tensas por terem de fazer exames finais, aguardam o veredito do conselho de classe. O Colégio Santa Cruz, onde foi filmada esta parte do documentário, não permitiu a filmagem do conselho. É curioso como, durante uma entrevista a equipe, uma das meninas tem uma crise de auto-estima e acaba por desmoronar em frente às câmeras.
 
Depois de assistir a este filme, eu que estudei em escola pública e vi muitos dos meus colegas de classe irem a conselho e serem aprovados, me pergunto: como diabos eu consegui chegar e passar pela faculdade?
 
Fui tratado por muitos professores como se eles fossem responsáveis pelo meu sucesso acadêmico e ontem, discutindo o filme com uma professora, vi mais uma vez que somos responsáveis por nós mesmos, através de toda a vida acadêmica.
 
Fica só a pergunta: até onde eu poderia ter ido com um ensino melhor? E se comigo é assim, e com esses tantos outros alunos que passam por escolas assim, com ensino depredado?

09 março, 2007

A passagem da vida...

Sabe, me dei conta hoje que este é o vigésimo-sétimo ano que passo aqui, neste planeta.
 
Muita coisa já aconteceu desde que estou aqui: foram muitas conquistas, muitas decepções, muitas alegrias e, principalmente, muitas mudanças ao longo do tempo.
 
Interessante como eu me sinto mudado pela vida e pelo que aconteceu nela, me sinto muito mais forte, mais maduro. Parece que eu conquistei muita coisa dentro de mim, cresci.
 
Ao mesmo tempo, é impressionante como essa maturidade, esse crescimento todo, parecem ser somente uma parte do que eu tenho a absorver e administrar aqui. É como se fossem pré-requisitos pro dia de amanhã, que só irá me trazer mais pré-requisitos pros próximos dias.
 
E assim me sinto evoluindo, em constante atualização. Mudanças diárias, às vezes, até mais frequentes que isso.
 
Só acho que precisava registrar que estou feliz com isso. Com a minha capacidade analítica que tem crescido, com o meu poder de resistência às adversidades do caminho, mas consciente de que esses são só pequenos passos que precisam ser aumentados no decorrer deste longo caminho chamado existência.
 
E você? Já pensou nisso?
 
Tem cara de letra de música isso... Quem sabe um dia, uma inspiração...

08 março, 2007

O dia de hoje sob os olhos do Gigante

Então que hoje é dia 08/03, Dia Internacional da Mulher. Ouvi no rádio hoje de manhã, vindo trabalhar, o locutor dizendo algo como "parabéns pelas suas conquistas, que infelizmente não foram tantas". Porra, como assim? Infeliz o coitado, no mínimo.
 
Mas pra mim, o caso é que esse papo de dia da mulher não devia existir. Por que? (é agora que vai ter uma par de babaca que já vai falar mal sem terminar de ler o post)
Porque sim, oras. Pensa bem: se o ser humano fosse decente, não tinha que ter essa coisa de a mulher ter que provar seu valor, ou provar que também é capaz das coisas. Mulher não é gente também? Então, se somos todos iguais, não tem razão pra alarde. Certo?
 
Bom, eu já me liguei que o que eu quero é utópico. Então, deixa o dia da mulher como está, e que este dia sirva pra que aquela mulher que é oprimida por um homem ou por outra mulher possa se levantar e saber que ela é, como todos nós, um ser humano que merece respeito e dignidade.
 
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Aproveitando, hoje é o dia em que o presidente Bush chega ao Brasil, pra conversar com o Lula sobre álcool (hahahaha, piada pronta!). Eu trabalho próximo à Marginal Pinheiros, onde o mentecapto vai ficar hospedado. Pois bem: ruas serão fechadas, numa das regiões mais complicadas da Zona Sul de SP, afetando a cidade INTEIRA! E isso porque o cretino vem pra cá passar 48 horas.
 
Alguém fala pra esse SICOFANTA passear de helicóptero e não me aporrinhar?
 
Tirando a minha raiva pessoal, teve gente desalojada dos seus barracos, que haviam construído irregularmente na calçada, reconheço, só porque o CRETINO poderia passar pela rua na qual a moradia improvisada se localizava. Agora, sabe pra onde essas pessoas vão? LUGAR NENHUM. Exatamente, assim como o dono do barraco que ficava atrás do estacionamento do Hilton, essas pessoas foram jogadas na rua, sob a promessa de ter algum lugar pra ir.
 
Pois é: marketing de que o Brasil não tem morador de rua em área de luxo, é isso? Sei lá, não sei mais o que pensar. Sei que eu vou separar um pacote de bolacha, uma aguinha gelada, um suco, porque amanhã eu vou enfrentar umas 3 horas de transito pra chegar aqui. A volta? Essa eu nem sei como...

07 março, 2007

Polêmica nos EUA: Placas especiais para criminosos sexuais. Funciona?

Acabo de ler uma matéria sobre um projeto de lei estadunidense que tem por intuito obrigar condenados por crimes sexuais, que já tenham cumprido sua pena, claro, a usar placas diferenciadas em seus automóveis, como forma de alertar a comunidade sobre o mesmo.
 
A matéria cita o principal problema: identificar um criminoso sexual desta maneira pode fazer com que grupos o ataquem com o intuito de fazer justiça com as próprias mãos, e ainda, estes ataques podem atingir partes inocentes da família destas pessoas.
 
Vejo assim: num mundo cheio de preconceito, o ser humano pensa em apontar culpados e os expor a mais violência, ao invés de ajudar estas pessoas a se curarem do distúrbio que as levou a estes crimes.
 
Concordo com a necessidade de proteção das crianças e outras possíveis vítimas de um ataque destes, mas que seja de uma forma que não gere mais ódio.
 
A mesma matéria cita um senador que propôs uma lei para que esses criminosos não possam viver a menos de 300 metros de escolas. Acho que é mais por este caminho, uma prevenção. Faltou um acompanhamento com essas pessoas, que não sei se existe.
 
Eu queria ver isso aqui no Brasil. Imaginem quantos corpos não seriam encontrados por dia de ex-condenados por estupros, jogados nos matagais da vida? Ou quantos carros com estas placas não acabariam destruídos, causando danos a pessoas que nada tem a ver com o peixe?
 
Torçam pra que isso não dê certo lá, senão algum idiota acaba querendo importar a idéia.

06 março, 2007

Frases Famosas

Encontrei nas minhas andanças o site 100 Greatest Movie Quotes, do Filmsite.org, que mostra exatamente isso, as 100 melhores frases de filmes. Como isso é bem subjetivo, separei as que eu mais gostei e pus aqui, com alguns comentários:

6. HARRY CALLAHAN (Clint Eastwood): "Go ahead, make my day."
SUDDEN IMPACT, Warner Bros., 1983
Frase clássica, repetida ad nauseam em Hollywood depois desta "estréia".

10. TRAVIS BICKLE (Robert DeNiro): "You talkin' to me?"
TAXI DRIVER, Columbia, 1976
A típica frase que, num dia de mau-humor, a gente gostaria de dizer praquelas malas que falam qualquer coisa, sem pensar em consequências.

21. DR. HANNIBAL LECTER (Anthony Hopkins): "A census taker once tried to test me. I ate his liver with some fava beans and a nice chianti."
THE SILENCE OF THE LAMBS, Orion, 1991
Durante essa frase, eu realmente senti medo da personagem.

37. THE TERMINATOR (Arnold Schwarzenegger): "I'll be back."
THE TERMINATOR, Orion, 1984
Frase que não saiu do vocabulário da molecada logo após assistir o filme, mesmo que mal soubesse balbuciar algo em inglês.

44. COLE SEAR (Haley Joel Osment): "I see dead people."
THE SIXTH SENSE, Hollywood Pictures, 1999
Outra frase usada, reusada e abusada em Hollywood depois do filme. (Nossa, 6o Sentido já tem quase 8 anos!)

50. JIM LOVELL (Tom Hanks): "Houston, we have a problem."
APOLLO 13, Universal, 1995
Opa, frase conhecidíssima, acho que o Hanks só pôs uma cara nela.

58. MICHAEL CORLEONE (Al Pacino): "Keep your friends close, but your enemies closer."
THE GODFATHER: PART II, Paramount, 1974
Essa acabou sendo tomada por ditado popular, depois do filme.

65. SHERLOCK HOLMES (Basil Rathbone): "Elementary, my dear Watson."
THE ADVENTURES OF SHERLOCK HOLMES, Twentieth Century Fox, 1939
Essa entrou na lista pelo significado da obra.

68. JACK TORRANCE (Jack Nicholson): "Here's Johnny!"
THE SHINING, Warner Bros., 1980
Cena brilhante (tu-dum, tish!) do Tio Jack.

76. THE TERMINATOR (Arnold Schwarzenegger): "Hasta la vista, baby."
TERMINATOR 2: JUDGMENT DAY, TriStar, 1991
Mais uma repetida à exaustão pela molecada. Ainda bem que dessa vez foi em espanhol, né?
 
80. ROCKY BALBOA (Sylvester Stallone): "Yo, Adrian!"
ROCKY, United Artists, 1976
A maior piada da carreira do Stallone foi essa frase, ele chamando pela esposa na série Rocky. Quanta gente não o chamou de deficiente intelectual por isso, logo depois de ver o filme?

85. GOLLUM (Andy Serkis): "My precious."
THE LORD OF THE RINGS: THE TWO TOWERS, New Line Cinema, 2002
Bom, essa dispensa qualquer tipo de comentário...
 
90. JAMES BOND (Sean Connery): "A martini. Shaken, not stirred."
GOLDFINGER, United Artists, 1964
O top da classe de James Bond em uma frase!

Aventuras médicas num fim de semana

Então saí do trabalho na quinta-feira, garganta arranhando, achei que ia começar a ficar ruim. Mal sabia eu que era o prenúncio de um fim de semana de cama.
 
Sexta-feira, não consegui levantar. Cama, nem ânimo pra ir ao médico eu tinha, corpo doendo, tosse forte.
 
Acabou que fui ao médico no domingo, fim de tarde. Andei 300 metros, parecia o fim de uma maratona, mal respirar eu podia.
 
Depois de alguma espera, cadastros e tudo mais, sou chamado ao consultório de um médico chamado Celso, não me lembro o sobrenome, que me fez aguardar por um péssimo atendimento enquanto gritava com uma paciente à porta.
 
Fui muito mal examinado, não recebi atenção alguma do "doutor", que me receitou uma lista de medicamentos.
 
Sinceramente? Como confiar num cara desses? Meia volta, fui à recepção e confirmei o horário do próximo plantonista. Voltei às 19:30, quando fui realmente atendido, medicado e dormi mais tranquilo.
 
Falta agora preencher a reclamação formal ao convênio.

01 março, 2007

Algo de tamanha singularidade...



A imagem ao lado foi garimpada no Gaping Void, do inglês Hugh McLeod. Achei de uma singularidade e delicadeza tremendas.

Em tradução livre: "Escolho esta vida com morte ao final, com toda a dor e sofrimento que surge entre os dois, tanta porcaria por que alguém passa... Eu escolho esta vida porque a divido com você".

Thank you for such an inspiration, Hugh. Hope you feel ok with the reproduction of the image and linking. Cheers!

Breve lição de responsabilidade

Lendo a Folha hoje, vi uma matéria sobre um assalto ocorrido na agência do banco Itaú na Av. Morumbi, que resultou em troca de tiros.
Pois bem: pensava eu que os tiros haviam sido trocados entre Polícia e bandidos, mas lendo o blog do Duílio (na mesma Folha), acabei descobrindo que a troca de tiros ocorreu entre bandidos e seguranças de um bingo que se localiza de frente ao banco assaltado.
 
Pois bem: neste tiroreio, uma garota de 13 anos acabou atingida por um disparo, que danificou seus rins e medula, correndo o risco de ficar paraplégica.
 
Onde entra a responsabilidade na coisa? No exato momento em que os seguranças do bingo, armados (eles lá têm porte de arma pra isso?), resolveram agir como a lei e atirar contra os assaltantes.
 
Pergunto: de onde partiu o disparo que pode ter vinculado pelo resto da vida uma menina a uma cadeira de rodas? Mesmo que tenha sido da arma de um dos bandidos, será que este disparo vil teria sido efetuado se os seguranças do bingo tivessem se atido a chamar a polícia?
 
Uma resposta não vai devolver o pleno gozo da juventude a uma criança, mas talvez, ajude a prevenir que isso ocorra novamente.

Novo link

Pessoas, novo link ali na barra de recomendados, pro LLL, do Alex Castro.
Achei através do Tiago Dória, que já está na listinha. Tem uma série de artigos falando sobre a sociedade e o comportamento do ser humano, muito boa, cheia de impressões e pareceres.
 
Visitem!