27 agosto, 2007

Uma batalha sem sangue

Ao alto, sobem os dois guerreiros, alheios à batalha que os cerca. Um deles armado do globo laranja e o ímpeto de atingir seu objetivo; o outro, vestido de sua coragem e toda a força para se tornar barreira ao primeiro.
Como se a metros do chão, já sem ouvir mais do que o pulsar de seu próprio coração, o embate final se aproxima - as expressões se reforçam, a rivalidade entre atacante e defensor se acirra.
Sem vacilo, o impetuoso atacante levanta sua arma para o golpe final, ignorando a aproximação do defensor pelo flanco desguardado pelo restante de sua tropa - quatro corajosos guerreiros, mas, por um momento, falhos.
E de repente, rompendo os limites das táticas de guerrilha defensiva, vem pelo flanco desprotegido o defensor que, de um só golpe, atinge o objeto defendido a tanto custo pelo atacante, lançando-o a multidão que assiste à batalha - deste vôo, aterrisa o primeiro gladiador, ainda atordoado pelo golpe; o segundo, esse aterrisa como um deus, se sentindo enorme, imbatível, vibrando como se o mundo se ajoelhasse a seus pés.
Ao fundo, se ouve os companheiros do segundo, a vibrar com ele, entoando com toda as suas forças:
- TOCO!

(Post inspirado pela leitura do Blog do Juca, a falar sobre Brasil X EUA pelo pré-olímpico de basquetebol)

24 agosto, 2007

O Fenômeno da Mega Sena

Bom, vamos falar sobre mega sena, afinal, o Inagaki falou e lá sempre dá Ibope, vamos ver se aparece gente aqui também, rs...

Sábado tem o sorteio das 6 dezenas multimilionárias, depois de 7 semanas acumulando o prêmio, a expetativa é grande. 40 milhões de reais pra quem acertar os seis números sozinho.

Interessante é como o povo deposita as esperanças de mudar a vida completamente pagando míseros R$ 1,50. A expectativa em torno do "dinheiro fácil" se torna quase comoção nacional. É só olhar a fila das lotéricas: na sexta feira, último dia das apostas, chega a dobrar a esquina. Parece até que transferiram a marcação das consultas do SUS pra lotérica da esquina.

Paro pra pensar o que eu faço se eu ganho uma bolada dessas. Imagina só, eu com 40 milhões no bolso, da noite pro dia?

Ahn, acho que começaria comprando uma casa, um carro mais legal, mas bem simples. Um Clio Hi-Flex 1.6 top de linha. Pequeno, discreto, mas ainda assim, fortinho.

Acho que ia me acabar numa loja de eletrônicos. TV, som, tudo top do top. Escolheria ainda uma bela câmera digital.

Fazendo as contas, pensando, vi que tudo o que quero agora dá pra ser resolvido com menos de 1 milhão. Então, se ganho 40, o que fazer com os outros 39?

Por isso falo: só 3 milhões já tá bom. O primeiro, gasto nas compras, ajeito a vida, e sobra. O segundo, viajar. O terceiro, investimento pra viver de renda. Aí tiro a vida pra estudar e fazer meu escotismo.

Interessante como o ser humano, quando se trata de dinheiro, não sabe querer só o suficiente. Tem que querer sempre mais... Por que não querer ganhar os 40, ficar com 5 e distribuir 35 entre instituições? Ou montar uma nova, aos moldes de um GRAAC por exemplo?

É a tal da ganância, né?

16 agosto, 2007

Vivendo do desperdício

Acabo de ouvir na BandNews FM que serão destruídas hoje 900 toneladas (é isso mesmo? ou tem mais zeros?) de produtos apreendidos pela Polícia Federal em blitzes e comandos. São itens como CDs, DVDs, cigarros, pneus, alimentos impróprios para consumo produto de contrabando ou venda ilegal.

Desse montante, 0% será doado para instituições. Ou seja, foi tomado de gente que acaba tirando o sustendo desta venda (não to defendendo a pirataria, calma) para simplesmente ser destruído.

Concordo que os CDs, DVDs, cigarros e alimentos não podem ser aproveitados, pela legalidade dos produtos e pela impossibilidade de consumo. Mas pneus, por exemplo, não dava pra vender a preços populares e usar a renda pra financiar programas de moradia popular, por exemplo? Ou usar para calçar os carros da polícia? E os CDs e DVDs, por que não reciclar, ou ainda, liberar como material para artistas modernos?

Já imagino a exposição "O Legal do Ilegal", composta por obras de arte produzidas em oficinas culturais espalhadas pelas periferias do estado, onde o material vem desses produtos apreendidos que seriam destruídos.

Um pouco de boa vontade resolveria muitos dos problemas que temos, mas dá tanto trabalho e pouco o que roubar, não é?

14 agosto, 2007

A "crise Bahamas"

A grande notícia na mídia é a crise do Bahamas: todos os dias tem uma novidade. A última é que prenderam o Oscar Maroni, dono da boite, num flat em Moema/SP. E o que é mais interessante: o cara diz que vai se candidatar a prefeito de São Paulo.

Eu queria era manifestar aqui que eu acho essa situação, no mínimo, cômica. Pois é! O cara não sabe manter a língua dentro da boca, foi soltar que facilita a "prostituição de luxo" pra algum jornalista. Po, era da informação, não ia demorar pra isso cair na boca do povo.

Aí, deu no que deu: embargaram a construção do hotel de não-sei-quantos-milhões de dólares, lacraram o Bahamas (acabando com a diversão de muita gente e o ganha pão de muitas outras), e por fim, puseram o homem em cana. Aliás, horas após a lacração, ele distribuiu pizza pra quem passasse na frente da casa, em uma clara alusão aos processos de apuração e punição nas CPIs do governo brasileiro.

O que eu tenho que admitir é que esse Maroni tem um sarcasmo fortíssimo, mas não sabe manter a língua dentro da boca. E é justamente por aí que o peixe morre, não é?

O que eu acho que vai acontecer? Ele vai descolar algum Habeas Corpus, não com muita facilidade, já que ele andou pisando em alguns calos, e em alguns meses, o hotel vai estar inaugurado e bombando.

Posso estar errado, mas se estiver, logo poderemos conferir consultando ao post...

13 agosto, 2007

Conclusões gerais

No fim de semana, finalmente consegui uma brechinha pra uma música nova. Dust in the wind, do Kansas, foi a escolhida. Precisava estudar um dedilhado, não?
 
Aqui embaixo, a letra, pequena, mas direta ao ponto. Ahn sim, a adaptação ao português é minha.

Dust in Wind/ Kansas

(Pó ao vento)

 

I close my eyes, only for a moment, and the moment's gone

Eu fecho meus olhos, só por um momento, e o momento se foi
All my dreams, pass before my eyes, a curiosity

Todos os meus sonhos, passam ante a meus olhos, uma curiosidade

Dust in the wind, all they are is dust in the wind.

Pó ao vento, tudo o que são é pó ao vento

Same old song, just a drop of water in an endless sea

A mesma velha canção, somente uma gota d'água num mar sem fim

All we do, crumbles to the ground, though we refuse to see

Tudo o que fazemos, rui ao chão, embora nos recusemos a ver

 

Dust in the wind, all we are is dust in the wind

Pó ao vento, tudo o que somos é pó ao vento

 

[Now] Don't hang on, nothing lasts forever but the earth and sky

[Agora] Não se prenda, nada dura para sempre a não ser o céu e a terra

It slips away, and all your money won't another minute buy

Ela se esvai, e nem todo o seu dinheiro pode outro minuto comprar

 

Dust in the wind, all we are is dust in the wind

Pó ao vento, tudo o que somos é pó ao vento

Dust in the wind, everything is dust in the wind.

Pó ao vento, tudo é pó ao vento

09 agosto, 2007

Dormente...

Às vezes, parece que a gente para e a vida continua. Parece que somos retirados de um trem em movimento, tal qual aquelas gruas de parque de diversão que sacam os bichinhos de pelúcia daquele conforto quase dionisíaco da máquina de prêmios, rumo a um destino incerto.
 
A diferença é que ficamos suspensos no ar, isolados do mundo corrente por nós mesmos, como consequência de atitudes ou decorrência de fatos e interações.
 
É curioso como, diante destes fatos, acabo encontrando algo pra imergir. A escolha da vez foi o Diário de um PM, o blog de um membro da PM carioca, que eu não visitava há algum tempo. É curioso ver os fatos sob a ótica de alguém ligado tão intimamente com a violência, com opiniões pertinentes somente a quem é tangenciado por tantas atrocidades como um PM.
 
Mais curioso é ver que, depois de alguns minutos de leitura e de virtual tranquilidade, a minha mente volta a ser assaltada pela dormência da qual ela sofria no início da aventura pelo tal diário.
 
E o rádio plugado em meus ouvidos parece mudo, a música já não fala tão alto. As quase 450 músicas do MP3 já não tem a mesma força, com exceção das depressivas "Sober" e "Schism" da banda Tool, que parecem me levar à autodestruição de que preciso para renascer, tal qual a fênix que sempre idealizei em momentos como esse, quando precisava de alguma refazenda.
 
Chego então à conclusão de que as minhas escolhas devem estar certas. Só preciso da força pra lutar por elas, em pleno início de inferno astral.
 
Alea jacta est.

03 agosto, 2007

Morte ou perda da personalidade?

Estava num devaneio avançado pensando nessa coisa de morte física, de desencarne, ou seja lá qual for o termo, quando cheguei a uma conclusão simples: o medo em geral não é de morrer em si, mas sim, de deixar de ser quem é.

É isso mesmo. Depois de tanto tempo de trabalho, estudo e muitas experiências - boas ou ruins - a morte colocaria em tudo isso um fim. Imagina só, você estuda anos e anos, se torna um advogado de respeito, conhece tanta gente boa, tantas experiências a serem lembradas e, de repente, tudo isso é apagado de você, afinal, a sua hora chegou, adieu!

Claro, essa teoria só vale pra quem acredita em reencarnação, ou seja, não estamos aqui neste plano pela primeira vez muito menos pela última.

Mas agora, escrevendo isso, me ocorreu: se aquela coisa de regressão a vidas passadas existe, significa então que existe algum tipo de base de dados onde tudo fica guardado pra um possível aproveitamento futuro. Mas qual seria? Seríamos nós seres em estágio tão baixo de evolução que não conseguimos acessar tais informações por nós mesmos? Ou seria a regressão a vidas passadas mero marketing?

Mas voltando ao medo de morrer, seríamos nós vítimas de um apagão, um "deltree *.* -h /s" por parte do Barba, JC e seus comparsas celestiais? Realmente, se isso for verdade, toda a questão de evolução espiritual defendida pelo Espiritismo se tornaria obsoleta. E olha que eu tenho sérias tendências a acreditar nessa doutrina!

Continuando o devaneio, será que um desencarnado, ao reencarnar, surtaria ao ler a autobiografia ou a biografia de sua antiga personalidade? Ou será que simplesmente pararia de ler no começo, por causa da sensação de déja-vu?