06 novembro, 2007

Observações

É interessante observar o mundo que nos cerca e a forma com que o universo em que estamos inseridos afeta as pessoas.
 
Tem uma menina que trabalha comigo, nos seus trinta e poucos anos, que a cada link de matéria sobre a Madeleine McCann que eu mando, ela grita: "Ai, é notícia da minha fofinha?".
 
É curioso como o ser humano tem essa tendência a se relacionar com o caso de uma criança que aconteceu a distância tão grande, talvez pelo fato de ser uma criança tão bonitinha, com cara de propaganda de margarina.
 
Uso este exemplo depois de ver, ontem, Patch Adams esculachando os ricos com a frase: "...vocês sabiam que as duas pessoas mais ricas do mundo juntas têm mais dinheiro que as 48 nações mais pobres do planeta? Uma pessoa com tanto dinheiro assim e que não ajuda ninguém é lixo!" Ele usou mesmo o termo garbage, num discurso inflamado, apaixonado eu diria.
 
Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? É o dizer que o povo brasileiro, em grande maioria, assiste à desgraça no mundo todo, chora com o protagonista da novela que morre, se comove com o desaparecimento misterioso de uma criança no velho continente, mas não arregaça as mangas para tentar fazer algo e mudar a realidade desse país.
 
Assim só posso achar que o brasileiro médio só se interessa por desgraça, reclamação e filas.

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