05 março, 2014

100 dias e contando!

Pouco menos de 100 dias, pouco mais de 3 meses. É o que falta para a Copa do Mundo de Futebol, a ser realizada no nosso Brasil varonil, como todos estão carecas (como eu) de saber.

Jornais pipocam matérias mil sobre o evento. Não sabem se são contra ou a favor: noticiam andamento de obras, expectativas das seleções visitantes, gastos, legados, orçamentos estourados... O consenso único que é esse é o principal assunto.

Um dos temas que o jornalismo parece se deliciar são os protestos e a famigerada frase "Não vai ter Copa", estampada em cartazes e paredes pelo Brasil. Mais apelativo que isso, só o ataque aos partidários do evento, como Ronaldo e Pelé, até ontem endeusados pela população, hoje escolhidos como "porta-vozes do evento maldito".

A questão, pra mim, é: você que está aí metendo o pau na Copa, dizendo que é contra a realização do evento, faz a sua parte pra que o país mude? Ou você é daquele que  fala contra os estádios mais todo fim de semana vai lá "torcer", se envolve em discussão e até briga por causa do seu "time do coração"?

Veja bem: você alimenta essa indústria. Você gasta uma grana comprando camisa oficial, pagando ingresso, mensalidade de torcida organizada, a coisa toda, só pra ajudar o seu time? Já leu no jornal que, enquanto você mal chegou nos 10 mil mensais (eu sou otimista), o jogador menos badalado do seu time ganha 40 e ainda reclama? E eu estou falando do jogadorzinho recém promovido das categorias de base. Qualquer perna de pau com um pouquinho mais de experiência ganha, pelo menos, 100 paus por mês. Quase seu salário do ano.

O problema está todo na base disso tudo, na fundamentação. A mentira que te fizeram engolir durante anos e anos de que o Brasil é o país do futebol. 

Pior que essa, só sua complementar: o Brasil é o país do Carnaval. Essa ajuda a justificar mil cretinices e safadezas do brasileiro médio. Primeiro, de onde sai tanto dinheiro usado nas escolas de samba? Segundo, se é uma festa do povo, por que os destaques e fantasias são vendidos a preços exorbitantes e para os "playboys" que mal participam do trabalho de confecção e realização da festa?

Mas tudo bem, né?

Ahn, seguindo o raciocínio:

Você faz parte daquele povo que vai pro lindo Carnaval de rua da sua cidade, ou pior, da cidade dos outros, e deixa a rua emporcalhada, cheia de latinha e papel no chão, fedendo a urina? Você acha que tem direito de reclamar de qualquer coisa nesse país depois disso?

Eu sei, mais do mesmo. Eu só precisava vomitar isso mais uma vez numa quarta de cinzas.

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