Presenciamos pais que levam os filhos ao Zoo e não levam junto a sua própria curiosidade nem a paciência necessária para ler as placas e ajudar crianças pequenas a identificar seres que foram feitos pra se confundir com o cenário onde estão inseridos.
Aí você vê, entre a grade que separa as pessoas dos animais e o viveiro, caixinhas de suco, latinhas de refrigerante, papel de bala, simplesmente lixo para nós, mas coisas coloridas, que para os animais pode significar a diferença entre a vida e a morte, se os comerem.
Pergunto: se nem onde as pessoas pagam para ver os animais (18 reais, fora os descontos) elas se portam pensando em preservá-los para os outros visitantes, por que o fariam na natureza, onde encontram os bichos livres e soltos?
Essas mesmas pessoas são as que dão um cachorro ou gato pro filho. Compram um bichinho e esquecem que animaizinhos são seres vivos, precisam de carinho, conforto, comida e ocasionais visitas ao médico. Igualzinho ao filho delas. E são essas pessoas que, sem pensar, "esquecem" o portão de casa aberto para o bichinho escapar e depois contam pra criança que ele fugiu, como se o mascote de ontem hoje se tornasse um estorvo mas capaz de tomar um ônibus pra floresta ou qualquer outro lugar de onde ele tenha saído.
Falta a consciência de que somos todos seres vivendo debaixo do mesmo teto. E não, não podemos considerar teto a alvenaria que nos protege da chuva e as paredes que nos protegem do vendo. Consideremos teto o lustre de estrelas que nos guia pela noite, ou a linda bola de fogo que nos aquece até mesmo nos dias do mais rigoroso inverno.
Triste é saber que somos seres limitados, que nos voltamos até contra nossos semelhantes, só porque estes crêem em outros deuses, amam diferente do que amamos ou até mesmo, têm peles de cores diferentes. O dia em que formos todos novamente "reduzidos" a animais, quem sabe lembraremos da nossa tarefa de cuidar dos nossos irmãos que não podem dialogar pelas palavras.
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