Num arroubo pós almoço, me peguei pensando em como todas as letras de música são perfeitinhas... Ela o larga, ele suplica a sua volta. Ele a deixa, sente sua falta, volta arrependido (note que ele e ela são intercambiáveis). Pense aí, leitor, as N situações possíveis.
Sendo assim, escrevi uma visão diferente nas quadrinhas abaixo. Não tem muita pretensão de rima ou estilo, tem a intenção de dar um retrato mais frio de uma realidade.
Ela se foi
E achou que com isso eu me importava
Que era ela quem me deixava a sofrer
A morrer sozinho
Ela quis fugir
Dizia que ainda me amava
Mas também não mais suportava viver assim
Num mundo tão frio
Não ouviu
Que eu dizia exatamente o contrário
Suas coisas já nem estavam mais no armário
E quem a queria longe, de vez, era eu
Entendeu
Que eu deixaria a porta aberta pra um retorno
Que viveria ao lado dela um sonho morno
Requentado de outras manhãs
Mas quando se deu conta
De como agia feito tonta tentou voltar
Mas mesmo assim ainda exigiu
Que tudo fosse como fora
Tempos atrás, e nunca mais
Se falasse em partir
Amigo, imagine só a cena
Discurso todo feito, longo, duro e sem pena
Pra uma vaga vazia de estacionamento
Onde só a ouvia o pátio cinza, de cimento
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