12 abril, 2007

A dinâmica da nominação

Já perceberam que, conforme vamos conhecendo e nos tornando íntimos de uma pessoa, o nome pelo qual a chamamos tende a diminuir?

É, perceba isso. O nome, ou até mesmo o apelido, vai sendo mutilado, até a menor porção possível ser tudo o que resta.

Por exemplo, tenho um amigo, o Fernando. O Fernando, por ser muito querido por muitos, ganhou vários apelidos, entre eles, Ferdis. Já temos aí uma severa diminuição de seu nome para a formação deste apelido.

À partir daí, o próximo corte vitimou o S. Coitada da sibilante letra, que passou a ser ignorada e o meu amigo, passou a ser o Ferdi.

Mas como cito, não fora o bastante vitimar, além do resto que já havia sido cortado, o pobre S. Agora, de Fernando, ele passou a Fê. Por que? Oras, porque sim. Simplesmente isso, simplesmente as coisas correram pra esse lado.

Aí, chega uma hora, que você tem uma intimidade tal com a pessoa, que acaba falando com ela sem a chamar pelo nome. Acho que isso é o máximo da destruição de um presente que tomou um bom tempo dos pais da criança para esta escolha meticulosa e delicada.

Mas acho que é um ciclo inevitável, pois, no fim das contas, temos sempre um motivo pra chamar os "Fe"s de nossas vidas pelo nome todo, aquele nome inventado, cheio de Silvas, Oliveiras, Pontes, e outros sobrenomes roubados de algum jornal esquecido na mesinha de café.

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